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A Cidade e as Serras, de Eça de Queirós

A Cidade e as Serras, de Eça de Queirós

(UNICENTRO) A única passagem que NÃO encontra apoio em A Cidade e as Serras, de Eça de Queirós, é

 Já avançado em idade, Jacinto se aborrece com as serras e tenciona reviver as orgias parisienses, mas faltam-lhe, agora, saúde e riqueza.


(FOVEST) O romance A Cidade e as Serras, de Eça de Queirós, publicado em 1901, é desenvolvimento de um conto chamado “Civilização”. Do romance como um todo pode afirmar-se que

apresenta uma personagem que detesta inicialmente a vida do campo, aderindo ao desenvolvimento tecnológico da cidade, mas que ao final regressa à vida campesina e a transforma com a aplicação de seus conhecimentos técnicos e científicos.

Comentário: Em A Cidade e as Serras, o narrador conta a vida deseu amigo, Jacinto, defensor da vida urbana hipercivilizada, repleta de tecnologia e artificialismos. Inicialmente, Jacinto acreditava que "o homem só é superiormente feliz quando é superiormente civilizado", porém ao partir para o campo, Tormes, cidade fictícia, em Portugal, ele recupera suas origens, torna-se mais compreensivo com o que antes rejeitava e integra-se à vida rural, trabalhando nos campos elevando para a vida campesina o que a sociedade urbana e a tecnologia ofereciam de melhor.


(FUVEST)

      Já a tarde caía quando recolhemos muito lentamente. E toda essa adorável paz do céu, realmente celestial, e dos campos, onde cada folhinha conservava uma quietação contemplativa, na luz docemente desmaiada, pousando sobre as coisas com um liso e leve afago, penetrava tão profundamente Jacinto, que eu o senti, no silêncio em que caíramos, suspirar de puro alívio.
      Depois, muito gravemente:
      Tu dizes que na Natureza não há pensamento...
      Outra vez! Olha que maçada! Eu...
      Mas é por estar nela suprimido o pensamento que lhe está poupado o sofrimento! Nós, desgraçados, não podemos suprimir o pensamento, mas certamente o podemos disciplinar e impedir que ele se estonteie e se esfalfe, como na fornalha das cidades, ideando gozos que nunca se realizam, aspirando a certezas que nunca se atingem!... E é o que aconselham estas colinas e estas árvores à nossa alma, que vela e se agita que viva na paz de um sonho vago e nada apeteça, nada tema, contra nada se insurja, e deixe o mundo rolar, não esperando dele senão um rumor de harmonia, que a embale e lhe favoreça o dormir dentro da mão de Deus. Hem, não te parece, Zé Fernandes?
      Talvez. Mas é necessário então viver num mosteiro, com o temperamento de S. Bruno, ou ter cento e quarenta contos de renda e o desplante de certos Jacintos...

                                    Eça de Queirós, A cidade e as serras.

Considerado no contexto de A cidade e as serras, o diálogo presente no excerto revela que, nesse romance de Eça de Queirós, o elogio da natureza e da vida rural

guarda aspectos conservadores, predominantemente voltados para a estabilidade social, embora o escritor mantenha, em certa medida, a prática da ironia que o caracteriza.


(PUC) O romance A Cidade e as Serras, de Eça de Queirós, publicado em 1901, é desenvolvimento de um conto chamado “Civilização”. Do romance como um todo pode afirmar-se que


apresenta uma personagem que detesta inicialmente a vida do campo, aderindo ao desenvolvimento tecnológico da cidade, mas que ao final regressa à vida campesina e a transforma com a aplicação de seus conhecimentos técnicos e científicos.

COMENTÁRIOS: A obra A Cidade e as Serras relata as transformações na maneira de o protagonista Jacinto encarar o mundo. Inicialmente ele se encontra inserido na modernidade, vivendo em Paris, entusiasta das novidades tecnológicas. Depois de uma crise de “fartura”, muito deprimido, reencontra o prazer de viver nas serras de Tormes, em uma vida simples que anteriormente criticava.
Essa nova fase conscientiza o protagonista dos problemas sociais, levando-o a procurar conciliar os avanços tecnológicos com o modo de vida local.